sábado, 10 de janeiro de 2015


FÊNIX

    Conta a lenda que a Fênix era uma ave que tinha inúmeras qualidades, cuja a narrativa delas variava dependendo do local.

Mesmo assim eram maravilhosas; as cores fortes e quentes das penas, lágrimas milagrosas que podiam curar feridas, força descomunal capaz de levantar grandes quantidades de peso e etc, etc,... Mas a característica que mais atraia as pessoas era o poder de renascer das cinzas, cuja a combustão do corpo era provocada pela própria Fênix, depois de um longo período de vida. E assim, ressurge uma nova mesma ave, com suas maravilhas, seus superlativos, mas nada mudou, continua sendo a mesma Fênix, com a característica sedutora da eternidade.

A lenda da ave que renasce de suas cinzas vem do Egito e foi adotada pelos sacerdotes adoradores do sol em Heliópolis (Rá, o disco solar) como uma alegoria da morte e renascimento diários do astro-rei e do faraó (que após o sono da morte acordava no reino de Amenti). Mas há indícios de sua história como anterior mesmo ao Egito:


- Nas crenças sumério-acadiana e assírio-babilônica, o disco solar com asas é o símbolo da divindade suprema - e TODOS os deuses são retratados com asas (Ishtar, Astarte, Inana, Tiamat) pois elas representam a natureza imortal deles;
- Nas tradições germânicas a Fênix é a deusa Gullweig; para os vikings a ave é Hræsvelgr - um gigante que comanda os ventos e pode se transformar em águia;
- O Fenghuang é considerado a Fênix chinesa;
- Garuda (destruidor de serpentes) é um pássaro solar brilhante como o fogo, sendo montaria do Deus hundu Vishnu.


A Fênix, portanto, é um conceito que transcende as religiões, ultrapassando povos e civilizações. Mas não é o único conceito espiritual de grande perenidade: assim como o panteão romano copiava as deidades gregas, também a mitologia destes foi espelhada nos deuses egípcios - e temos Thoth = Hermes = Mercúrio, Horus = Apolo = Febo. Indo um pouco mais fundo, as relações entre os deuses politeístas de várias nações ligam-se, retroagindo no tempo - assim, temos Dyausptr (Vedanta) = Zëus Pater (grego) = Jupiter (romano). Interessante, não?


Mas, voltando à Fênix: seu conceito original era o do renascimento, depois modificou-se um pouco para significar imortalidade (num equívoco de Hesíodo, que lhe atribuiu essa qualidade - como poderia, se ela precisa morrer para renascer?) e finalmente, na cristandade primitiva, a Fênix chegou a ser um símbolo atribuído a Jesus por causa da ressurreição que Ele realizou. Aos poucos, porém, foi sendo substituída pela pomba branca (simbolo do Espírito Santo eterno).

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